
"Educomunicação é toda ação comunicativa no espaço educativo - comunicação interpessoal, grupal, organizacional e massiva, realizada com o objetivo de produzir e desenvolver ecossistemas educacionais. Está organizada em quatro áreas de intervenção: educação para a comunicação, expressão e artes, mediação tecnológica e comunicação para o exercício da cidadania". Trocando em miúdos, Educomunicação é utilizar os meios de comunicação na sala de aula, é aproximar a Comunicação da Educação, pois, como reforça Iolanda Cortelazzo, "na comunicação está uma das chaves para a reestruturação da educação...".
Segundo Aline é muito triste saber que, até hoje, pouco se faz pela educação de nosso país. Como dizia Célestin Freinet, um dos mais importantes educadores da França, as mudanças na Educação eram lentas. Eram e continuam sendo, prejudicando assim, ainda mais nossas crianças e adolescentes, o futuro do Brasil.
Até quando as escolas estarão alienadas aos meios de comunicação? Alguns afirmam que não é possível permitir que a escola esteja alienada aos avanços das mídias; por outro lado, há pessoas que argumentam que a tecnologia é contrária à reflexão e a escola é o espaço reservado para desenvolvê-la.
Na sua opinião Aline diz que os dois lados têm fundamentos, mas a utilização de um veículo de comunicação, no caso o jornal impresso, pode resultar numa revolução. Sou testemunha de que isto realmente acontece porque apliquei um projeto de educomunicação e obtive excelentes resultados. O jornal pode mudar, revolucionar a educação, contribuindo para a formação dos alunos. Por meio dele, os estudantes são incentivados ao hábito da leitura, e, conseqüentemente, ele forma leitores críticos. O jornal como instrumento pedagógico visa a ampliar a informação dos estudantes em todas as áreas.
A autora também alerta para o fato que não se pode dizer que nada se faz pela educação, o que seria muito injusto, mas afirma, -"são poucas as iniciativas nesta área"! Segundo Aline muitos udiosos e profissionais de Comunicação do Brasil e do exterior vão abordar o tema: Crianças e adolescentes como produtores, personagens e consumidores de Mídia, para debater em Seminários Internacionais. Outros projetos também existem, mas só isso?
Aline faz um apelo para que todos que abraçam a educomunicação e acreditam nesta inovação no projeto pedagógico, que lutem por um Brasil que tenha um modelo de educação melhor; para formar verdadeiros cidadãos - pessoas críticas, que façam a diferença em nossa sociedade.
Aline ainda resalta que inserir os meios de comunicação na escola é fundamental para o aprendizado dos educandos, mas é preciso muita atenção. A mídia deve ser um canal para despertar o senso crítico dos jovens e não para simplesmente influenciar a vida deles. Portanto, para desempenhar esta tarefa, nada melhor do que um jornalista, que conheça e acompanhe a mídia. Não que os professores não sejam capacitados para isso, mas acredito que o jornalista tem um melhor desempenho em relação aos veículos de comunicação. Os jornalistas, afirma Paul Johnson, colunista da revista britânica Spectator, "devem possuir o impulso do educador, mas os educadores devem desenvolver a coragem moral dos grandes repórteres".